A adoção de um fuso horário único em todo o território brasileiro conta com o apoio entusiasmado das empresas de radiodifusão, que entraram num dilema com a exigência legal de exibição dos programas em horários de acordo com a classificação indicativa. Para as redea nacionais, um programa liberado para as 18h não poderia ser exibido às 17h no Acre.Depois de aprovado no Senado, em 2008, o projeto de Tião Viana extinguindo o quarto fuso horário brasileiro foi alvo do lobby das emissoras de TV, para que sofresse emendas na Câmara que levassem à adoção do horário unificado. No final, apenas municípios do Pará que antes estavam uma hora atrasados em relação a Brasília passaram a ajustar os relógios com os da capital.
Lobby das Emissoras de TV influencia parlamentares
A Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert) chegou a pedir a adoção de um fuso só. Mas a relatora do projeto na Câmara, deputada Rebecca Garcia (PP-AM), mesmo ligada a uma empresa de TV no seu estado, não encampou a proposta.
Para o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), a iniciativa ajuda a resolver parte do problema das grades das redes de TV. O presidente do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de Rondônia, Antônio Luiz Campanari, afirma que a unificação vai facilitar bastante o dia a dia dos brasileiros em relação a serviços bancários e de comunicações.
Flexibilidade da Programação seria a melhor solução
Em outros países de dimensões continentais, os fusos horários não atrapalhavam a vida das emissoras porque lá existe o que se chama de flexibilidade na grade de programação, que permite às emissoras locais usarem a programação gerada pela cabeça de rede no horário que lhes for mais conveniente, complementando a grade com programas regionais. No Brasil, os contratos em geral proíbem essa flexibilização, que seria a saída para as TVs do Norte e Centro-Oeste do país.
Fonte: Jornal do Senado
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